domingo, 29 de janeiro de 2012

Formiga


Vá, formiga, percorra esses caminhos no seu ritmo
Não se intimide com o tamanho do mundo
Não deixe que pés grandes lhe impeçam de seguir em frente
Você pode desejar o que quiser para a tua vida
Basta saber o que realmente precisa.

O tamanho de uma formiga não é páreo para o tamanho dos seus sonhos.

Danilo Moreira


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FOTO: http://mardeletras.ning.com/profiles/blogs/a-formiga

sábado, 14 de janeiro de 2012

Dercy: de volta aos holofotes


Antes de começar a falar sobre o assunto, quero apenas dizer que faz muito tempo que não escrevo um texto desse tipo na seção Ponto de Vista. E estava fazendo falta. Por isso, peço desculpas de antemão caso apareçam alguns erros.

Segue a opinião de um jovem telespectador, que simplesmente adora teledramaturgia, seja ela como for.

Ouvir falar de uma série para Dercy Gonçalves é algo que me fez brilhar os olhos. Desde pequeno via aquela senhora desbocada em tudo quanto era programa de televisão. Palavrão na minha casa, pelo menos naquela época, era intolerável, ainda que fosse no final dos anos 80/inicio dos anos 90. Mas, quando ela entrava na televisão, mesmo vendo uma criança de 6/7 anos assistindo, os meus pais caíam na gargalhada. E de certa forma, aprendi naquela época que palavrão era feio, mas com a Dercy, não era. Meu fascínio por aquele temperamento excêntrico aumentou quando vi alguns filmes dela, reprisados até hoje pela Tv Cultura de SP.

Agora, como uma espécie de fênix, ressurge sob os holofotes Dercy Gonçalves, através da série “Dercy de Verdade”, de Maria Adelaide Amaral (que também produziu uma biografia sobre a atriz, chamado “Dercy, de Cabo a Rabo”) e dirigido pelo excelente Jorge Fernando. Confesso que me desagradou muito essa minissérie ter apenas 4 capítulos, para retratar quase 101 anos de vida da atriz.

Deve ser por conta disso que “Dercy de verdade” teve um ritmo muito acelerado, com fatos aleatórios e intercalados com as duas atrizes que a interpretam – Heloísa Périssé, que a faz mais nova, e Fafy Siqueira, que a interpreta mais velha – além da própria Dercy em imagens de arquivo. Fuçando no Twitter logo após a exibição do primeiro capítulo, encontrei muitos comentários positivos sobre a série (aliás, finalmente, foi a primeira vez que eu li gente falando algo diferente de “essa velha boca-suja fez hora extra na Terra”), mas, em especial, a observação da trilha sonora ser muito semelhante a utilizada na novela Chocolate com Pimenta (2003), de Walcyr Carrasco. Nisso eu acredito que a produção pecou, pois, a trilha sonora, na minha opinião, é parte da personalidade da série, e ela deveria ter a sua própria.

Heloísa Périssé está excelente no papel da atriz quando mais nova. Ela consegue nos fazer rir com os palavrões e a irreverência da mesma forma que Dercy conseguia. Até os exageros nas expressões faciais ela conseguiu fazer muito bem. Porém, não sei se essa é a intenção da série, mas pelo menos nos dois primeiros capítulos, senti uma Dercy um pouco estrelista, que gostava de fazer tudo ao seu modo e que chegava às vezes até a ser arrogante, mas que no fim dava tudo certo. É evidente também a carga de problemas e de perseguições que ela acumulou ao longo da vida (também, com uma personalidade daquela, eu imaginava que seria assim). Já Fafy Siqueira como Dercy para mim não é novidade, já que ela também apareceu na série Dalva e Herivelto - uma canção de amor (2010). A diferença é que a caracterização nesta microssérie, ao meu ver, está mais fiel à original, e também faz bonito.

Agora, a bandeira inicial da série, de mostrar uma Dercy “de verdade”, talvez pelo poucos capítulos, talvez fosse um equivoco. Vi uma mulher destemperada, que sofreu os preconceitos de sua época, tinha um amor incondicional pelo teatro, uma severidade moral com sua filha, que “namorou 13 anos e casou virgem”, e o que mais? Sim, tenho certeza que tinha muito mais para ser mostrado. Tenho certeza de que Dercy era muito mais do que 4 capítulos.

Fascinante é ver como ela conseguia ser ela mesma em plenos anos 20/30/40, com todo aquele moralismo e convencionalismo que fazia parte daquela sociedade. Talvez seja isso que a tenha levado ao estrelato. As peças em que atuava eram completamente diferentes de tudo aquilo. As pessoas que pagavam para assisti-la, pareciam querer embarcar num mundo mais cru, mais humano, onde falar palavrão, fazer gestos vulgares, fazer deboches mais descarados, não era feio nem falta de classe, mas apenas, um jeito mais humano de ser.

Talvez essa era a mensagem da minissérie: a Dercy de verdade era aquela mesma, sensível, sofrida, escrachada, desbocada, guerreira, severa quando necessário, mas, acima de tudo, um ser humano como a gente, com suas qualidades e defeitos.

Caso você queira saber mais sobre a série, clique aqui.

Danilo Moreira

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FOTO: http://www.portaldasnoticias.com/dercy-de-verdade-saiba-como-sera-a-nova-minisserie-da-globo/

domingo, 8 de janeiro de 2012

Miniconto - A professora


Kadu desejava aquela professora da sua sala. Nova, ruiva, corpo esbelto, roupas comportadas mas que provocava os desejos do adolescente de 14 anos.

Desejos nas noites de seu quarto, no banheiro, na surdina. Mãos trabalhavam mais do que o comum.

Decidiu não perder mais tempo. Esperou o momento certo. Pronto, a bela professora estava sozinha. Avançou até a mulher. Ela que estava corrigindo trabalhos em sua mesa, assustou-se com Kadu. Ele não pensou duas vezes. Deu-lhe um beijo de língua.

Apalpou o seu corpo. A professora, assustada com o atrevimento do rapaz, não reagiu. Começou a sentir um calor imenso dentro de si. As convenções sociais e morais sofreram um forte soco dos desejos, e ficaram para o lado de fora da porta Entregou-se a ele, ensandecida, enlouquecida, pronto a atender aquele corpo ainda em crescimento.

- EI, GAROTO! ESTÁ ME OUVINDO OU VOU PRECISAR REPETIR MAIS UMA VEZ?

Ele murchou. Se esqueceu do real motivo que o trouxera ali.

- Tome a sua prova. Você tirou 2. Sinceramente, você precisa estudar mais.

- E-Eh, po-pode deixar. Obrigado, professora.

E saiu daquela sala, constrangido, com o caderno na frente.

Ele até podia a desejar como um verdadeiro homem, mas, na frente dela, ele não passava de um moleque, mais um que ela era paga para aguentar...

Enquanto isso, as mãos que brincam de ser homem, continuaram também engrandecendo o seu ego, que se sentia tão inferior àquela Vênus escolar...

Danilo Moreira

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FOTO: http://www.teclasap.com.br/blog/2005/04/25/falsas-gemeas-teacher-x-professor/

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

2012: Start!


Chegando de viagem, mais uma vez me vejo na obrigação de escrever alguma coisa sobre a virada do ano. Escrever? Obrigação? Não, na verdade, é tudo prazer. Às vezes me questiono se escrever sobre as minhas conquistas e derrotas em um blog acrescenta algo na vida do leitor. Talvez, acrescente. Não somos nada sem olhar para o lado, sem olhar para a história, os ensinamentos, as derrotas e até os defeitos de quem está ao nosso lado.

Em 2011, cheguei ao ápice da desmotivação em um emprego. Era uma planta que já estava secando, que não tinha mais para onde crescer e muito menos me interessavam os frutos que poderiam vir dela. Me peguei no dilema de largar o certo pelo duvidoso, ainda mais em tempos de problemas financeiros. Me senti, de verdade, num estado de deterioração profissional, um estado que não recomendo para ninguém. No fim das contas, a vida acabou me surpreendendo: finalmente recebi o bendito exílio daquela terra infértil, e fui parar num estágio na minha área, numa das maiores casas legislativas do país.  E não é uma planta, e sim uma árvore, que já me rendeu frutos como reportagens assinadas no jornal da casa, e boletins para o rádio da mesma.

Entrei o ano terminando de digitar o meu acervo de contos e crônicas, e saio dele com 85% deles registrados, além de um livro juvenil, escrito em 2005. Agora, é correr atrás de publicações. Na faculdade, penei no sexto semestre: o semestre dos imprevistos.

Tive momentos maravilhosos ao lado dos amigos. Comemoramos de tudo. Era a chegada da sexta-feira, num barzinho perto da faculdade. Era aniversário comemorado em forma de churrasco, ou de luau em Itanhaém, com direito a assistir o sol nascendo e tudo. Festejamos 8 anos de uma turma que fez história em uma escola técnica em Veleiros (zona sul de SP). Até demissão de emprego foi comemorado, numa festa que reuniu trocentos felizardos (é, como eu disse, desmotivação em emprego é terrível!). Feliz é o ser humano que tem bons amigos, que pode dizer que tem pessoas com que pode contar. E amigo não existe apenas para amparar nos momentos difíceis, mas também te diverte, fala besteira, faz você rir a ponto de pagar mico, tem ótimas idéias, solta as melhores pérolas, que faz questão da sua companhia e vice-versa. Só com o amigos você consegue xingar com um sorriso no rosto, dar tapas nas suas costas, tirar fotos e fazer vídeos comprometedores, e ele levar tudo isso na esportiva (até porque, certamente, ele desconta depois rs). Obrigado a todos vocês, amigos, pois graças também a vocês, a cada dia que passa, eu me torno uma pessoa muito melhor.

E por fim, finalizei o ano de 2011 fora de casa, na casa de um grande brother em Belo Horizonte (sim, peguei chuva! rs) e ainda tive a oportunidade de conhecer um grande parceiro da blogosfera, Wander Veroni, do excelente blog Café com Notícias, num papo enriquecedor, regado a uma boa pizza num dos bairros mais boêmios da cidade.

Saio de 2011 um homem que continua na sua metamorfose. Até o visual mudou um pouco, mais alinhado com o que o seu coração pede e menos com o que o seu histórico medo do ridículo impõe. Saio daquele ano com a certeza de que cumpri boa parte das metas, assim como também tenho certeza de que fracassei em algumas delas. Saio dali com algumas dívidas internas, e que sei que algumas delas nunca mais vou conseguir pagar... Outras, aos poucos, vou quitando à medida que as redomas vão caindo uma a uma...

Saio, enfim, por estas linhas, de 2011, para finalmente entrar de cabeça em 2012. Agradeça a Deus, leitor, por começar esse ano, por ter a chance de se renovar, e de se estabelecer novas metas. E que seja um ano abençoado e enriquecedor para todos nós, e em todos os sentidos!

Agora sim, 2012 começa neste blog!

Até mais!

Danilo Moreira

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FOTO: http://beatrizsdd.blogspot.com/2011/09/new-start.html  
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