domingo, 29 de agosto de 2010

Olhos, pra que te quero!


Às vezes, queria ter uma lente especial,
Que me mostrasse de antemão as consequências das minhas decisões
Que me mostrasse a placa mais errada,
Que me alertasse das regiões onde eu poderia cair nos buracos,
Que me ajudasse a dar passos mais seguros rumo aos meus desejos,
Que me avisasse caso eu acabar trocando as águas calmas e maçantes por mares agitados e instáveis.

Porém, como não tenho essa lente especial,
Me contentarei com os olhos do coração,
Mesmo com a sensação de estar andando no escuro,
E com medo de cair num caminho sem volta.

Olhos, pra que te quero!


Danilo Moreira


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FOTO: http://lilianarosa.blogspot.com/2009/11/olhos-verdes-poemas-pop-por-maria-rita.html

domingo, 8 de agosto de 2010

Pronto, falei!


Tem gente que realmente nos leva a se perguntar qual utilidade certas pessoas tem para o mundo.

Você, com seu jeito bizarro de ser, falando o tempo todo de futilidades, é um grande exemplo disso. Tenho que admitir que você tem jeito para a arte do humor, porém não tem jeito para a arte do pensamento.

Você conhece todo mundo. É amigo de todo mundo. Fala mal de todo mundo nas costas de todo mundo. Fala coisas na frente de todo mundo. Você humilha todo mundo. Você provoca todo mundo. Você é consegue falar mal de alguém por trás, virar-se para essa pessoa, e tratá-la bem como se fosse o amor da sua vida.

Quando vejo você, vejo sementes apodrecendo, não geminando. Quando vejo você, vejo cores convergindo para tons mais escuros. Quando vejo você, sinto uma energia pesada, e logo, o ar fica mais pesado. Quando vejo você, me sinto mais inútil, ao lado de uma pessoa tão inútil.

Você tem o dom de despertar os defeitos das pessoas. E dom maior ainda de inventar os defeitos das pessoas. Você também tem os seus, que são tantos que, não sei dizer, qual a fronteira do inventado, do real, e do que pode ser pior em você.

Você talvez tem qualidades. Você gosta de ajudar. Gosta de colaborar. Quando fala sério, você é uma pessoa mais leve, uma pessoa mais fácil de lidar. Uma pessoa onde é até possível uma conversa civilizada. Até te considero, de certa forma, por tudo que você já fez por mim. Nós convivemos no mesmo espaço, sabemos que precisamos, nas horas mais sérias, se ajudar, e isso realmente fazemos. Às vezes tenho impressão de que eu sou a pessoa de que você mais gosta de ajudar.

Porém, não posso deixar de ser sincero, você ainda tem muito o que crescer. Quando não estiver mais por lá, do que é que você será lembrado? Pela futilidades que diz? Pelas brincadeiras? Pelas humilhações que faz a todos, inclusive a mim? Sei que pessoas do seu tipo, quando de fato não tem nada a oferecer, possuem tantos defeitos, que preferem fazer a fama apontando e inventando os dos outros, justamente para desviar o foco do quadro horroroso de que é composto você. Você é um quadro horroroso, suas tintas o moldam na base da falsidade, seu olhar é regido na base da falsidade. Engraçado é que outras pessoas naquele lugar já conseguiram ser piores do que você, utilizando de recursos para destruir o outro até mesmo perante os seus superiores. Você, felizmente, não é adepto dessa arte. Não, a sua arte da humilhação é especializada no campo dos defeitos, e no campo da criação dos defeitos. E pior que você consegue arrancar sorrisos, admiração e assombro até mesmo de quem não gosta de você. Parabéns pelo talento, você merece!

Mas, pode ter certeza, todos ali estão num nível bem acima de você. Se cuide, porque no fundo, você sabe que no dia em que não estiver mais lá, não fará a menor falta.

Nem a mim, nem aos outros, nem a ninguém. Você é desprezível, é um poço de absurdos que envergonham as pessoas que convivem com você. Por isso, meu amigo, se cuide, pois chegará o dia em que você será fruto efetivamente de todo o lixo que produziu até aqui.

E pode ter certeza que esse espetáculo das conseqüências será tão maravilhoso que todos estarão lá para ver, e pode ter certeza: ninguém terá pena de você.

E no final desse espetáculo, eu estarei lá, e o aplaudirei de pé.

Pronto, falei!

Danilo Moreira


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FOTO: http://julianacarioni.blogspot.com/2010/06/ira.html

domingo, 1 de agosto de 2010

Corpos


Nossos corpos vivem na maresia.
O sol, quente como os sentidos, aguçam nossos desejos.
O coração bate mais forte com a violência das nossas mãos,
Que nos pegam de formas que confundem os nossos olhos.
A caverna que desbravo cheira à natureza viva e fértil,
Que se desabrocha como as flores dos campos de Vênus.
Tuas mãos a tocar a minha pedra pontuda lançam um olhar faminto.
Consumimo-nos como animais em combate.
Rolando na terra fofa como plantas a fincar-se no chão.
Nossas mãos que apalpam ao outro viram meras secundárias,
Pois nosso corpo todo se toca como mãos
Mãos desesperadas à procura do ponto certo.
Mãos em formato de lábios que se prensam no molhado.
Corpos e peles que se transformam e dedos quentes e suados,
E a convergência final do desejo que une o toque, os sentidos, e o suor,
Rega-me o peito com a sua água da fonte dos prazeres.
Cerca-me o corpo com sua língua forasteira.
Exiba-me seus montes que balançam com fúria de animal,
E eu, flutuando, te darei o meu refresco,
E te farei a rainha mais saciada de todos os tempos,
Regada até a boca com a jóia dos meus desejos,
E repousada no calor da minha carne.

Danilo Moreira

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FOTO:
http://lepoeteenfleur.blogspot.com/2009/12/dra-rouge-corpos-gemeos.html
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